Jailhouse Rock
A reintrepretação que fiz da música construiu-se em volta da ideia de recuperação de uma memória perdida para o contexto actual.
Ao reflectir sobre a identidade da música, procurei principalmente afastar-me das imagens óbvias ligadas a Elvis Presley e à cultura da sua época, e centrar o desenvolvimento do projecto no fenómeno de contínua apropriação e reinvenção ligado à figura do cantor e às suas músicas.
Embalagem
A principal característica da embalagem que criei é o facto desta funcionar como um objecto cuja identidade ultrapassa a função de armazenamento do som.
O rádio, peça genuinamente recuperada do passado, é o objecto de armazenamento e reprodução do som, propositadamente inacessível. Desta forma a embalagem torna-se uma espécie de objecto animado pela música, deixando de ser um objecto à partida descartável, ou secundário, e funciona em conjunto com a música na transmissão de um significado a ela associado.
Na construção desta peça utilizei especialmente elementos associados à electricidade, uma vez que a energia eléctrica é, na minha opinião, um dos elementos mais presentes na cultura dos anos 50, e está especificamente associada à identidade e sonoridade do rock dessa época. Considerei, assim, que seria um bom elemento a trabalhar neste contexto, por caractizar, subtil mas eficazmente, a música que escolhi.
As lâmpadas apagadas, um dos elementos mais importantes deste contexto, têm também um significado muito próprio, ligado à celebridade e aos fenómenos da ascensão e declínio das figuras da cultura pop, funcionando como uma metáfora à memória, eterna ou apagada, das estrelas do passado.
O booklet é inserido na embalagem numa embalagem anexada ao fio eléctrico para a ligação do rádio, associando-se às instruções das peças eléctricas. Desta forma, o booklet é colocadot na embalagem de uma forma intencionalmente descartável, assumindo-se como um mero acessório da embalagem, e assim reforçar a identidade desta como objecto único de valor próprio.
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