9 de junho de 2009

projecto 09_ ilustração






"Os jardins de Shemiran eram mais frescos. Mal saíamos de lá éramos quase tomados de assalto por uma luz branca e ténue, a parede rochosa do Tauchal erguia-se cinzento-clara e translúcida. (...)
Quom é uma cidade sagrada. Partindo de Teerão rumo a Ispaão, podemos ver da estrada a sua mesquita dourada (...) Em Xá-Abdul-Azim, a cidade oásis perto das ruínas, encontra-se outra cúpula dourada, mas a mesquita mais dourada e mais sagrada fica na cidade de Meched, muito para nordeste."






"Zadikka tem treze anos. É uma das criaturas mais belas deste mundo. Uma fita, como um arco em torno da testa, prende-lhe o cabelo negro (...) olhos de animal, grandes, mansos, e dourados, num rosto trigueiro. A base do nariz é larga, como se Zadikka respirasse sempre de narinas abertas. Gosta de sentir o cheiro das coisas e tem uma voz suave, insinuante e deliciada de uma criança. (...) tem uma boca aberta como um botão de flor, ligeiramente proeminente, um queixo que trai a obstinação desafiadora de uma criança (...) parece curvada ao peso de um leve orgulho ou de leves cuidados."






"Lá em baixo não havia nada, era um vale morto, distante do mundo, muito distante das plantas e das árvores. (...) Víboras cinzentas, lagartos cinzentos, enrolados sobre si mesmos, só os olhos estavam vivos. (...) 
Mesmo nos vales mortos  há sempre aqui ou ali uma fonte. Nós encontramos uma cova redonda coberta por um espelho liso de água que parecia agitado pelo batimento quase imperceptível do coração de um pássaro."






"Estamos muito acima da linha das árvores. Por cima de nós, os penedos parecem despenhar-se em direcção ao céu como as falésias se despenham sobre o mar. E, de repente, vemos camelos, animais fabulosos com os pescoços estirados e estranhamente paralelos às estreitas faixas de erva por onde caminham. Arrancam a erva a compasso, e levantam, também a compasso, os longos pescoços."


8 de junho de 2009

projecto 09_ ilustração


criação de quatro ilustrações referentes a uma das obras trabalhadas, bem como um cartaz hipotético de lançamento desse livro.

obra escolhida: 
Morte na Pérsia, de Annemarie Schwarzenbach